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Paz cruel de vinte e cinco

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Neal Cassady
Essa porra de poesia 
Presente no estranho
              na dúvida
              no delírio
              no calor

Essa porra de poesia 
	      soterrada
                  deitada no corredor do hospital
                  queimada na madrugada
	       na sacola cheia de restos da feira
	       no córrego onde nadam ratazanas

Essa poesia sangrante
Não se escreve na escola
Porque lá tá sem lousa, giz, professor
Ela se bebe por menos que um real
Para o tio bater nos filhos sem pesar, sem pensar

Essa porra de poesia 
Não dá presente de natal			
Apesar de algumas luzes brilharem na viela
E surpreendentemente não serem balas que avoam
Nem isqueiros beijando latas de refrigerante

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