“Tática e Disciplina do Partido Revolucionário” é um panfleto anarquista escrito pelo teórico russo Mikhail Bakunin. Publicado em 1872, o texto aborda a estrutura e o funcionamento do partido revolucionário, defendendo a autonomia das organizações locais e a descentralização do poder.
Bakunin inicia o panfleto criticando a ideia de um partido centralizado e hierárquico, defendida pelos marxistas. Para ele, a luta revolucionária deve ser conduzida por organizações locais, compostas por trabalhadores e camponeses, que conheçam de perto as condições sociais e políticas da região em que atuam. Essas organizações devem ser autônomas e livres para tomar suas próprias decisões, sem submissão a um comando central.
O autor também destaca a importância da ação direta e da propaganda pelo fato. Para Bakunin, a luta revolucionária deve ser conduzida pelos próprios trabalhadores e camponeses, que devem se organizar para enfrentar a opressão e a exploração. A propaganda pelo fato consiste em ações concretas que demonstram a viabilidade da revolução e a possibilidade de mudança social, como greves, ocupações e sabotagens.
Por fim, Bakunin defende a necessidade de uma disciplina voluntária e de uma ética revolucionária, que sejam baseadas na solidariedade e no respeito mútuo. O autor critica a ideia de uma disciplina imposta de cima para baixo, que sufoca a liberdade e a iniciativa dos militantes. Segundo ele, a disciplina deve ser construída a partir da confiança mútua e da participação ativa dos membros da organização.
“Tática e Disciplina do Partido Revolucionário” é um texto fundamental para compreender a visão anarquista sobre a organização revolucionária e a luta social. Bakunin defende uma estrutura horizontal e descentralizada, que valorize a autonomia e a ação direta dos trabalhadores e camponeses. Sua crítica ao autoritarismo e à disciplina imposta de cima para baixo é um alerta para os perigos do centralismo burocrático e da submissão da luta revolucionária aos interesses de uma elite política.
