Altas horas da madrugada, a garoa estreita batia firme quando aquele
maluco surgiu no meu destino. É foda quando se é pego pelo simples detalhe.
Estava no ronco, quebrado ia levantar às cinco para dar aulas.
E bateram lá na porta. Abri.
-É você que é da comissão?
-Sou porquê?
-É que tem cara aí querendo falar om você.
Vestí a roupa, puta que pariu, eram três horas. Achei o
cara lá no saguão, ele perguntou:
-E você que cuida das vagas?
-Sim senhor.
-Então é o seguinte:
Puta que pariu eu tinha que estar ali, o cara era um mala que estava
na pior e queria ficar ali guardado, enquanto baixava a poeira. Que
merda, eu tinha que ser representante, ele queria de qualquer jeito
mesmo depois e eu tentar explicar que era só para estudantes, e afirmou
depois:
-Se não eu meto bala.
E vai desconfiar de um barbado queixo largo, tipo que tá pedido pela
polícia
-Eu sou assim, disse não pra mim, eu meto bala.
E tem horas que a gente fica esperto.]
Tinha um cara o quinto andar. Ouve esta história: Um dia a gente estava
preparando um rango quando este cara chegou, se ligou no movimento de
cozinha e disse que tinha uma contribuição. Puta que pariu, o cara trouxe
um bolo de carne cheio de bichinho disse que era só tirar o podre. O
cara ainda achou ruim quando demos um chega pra lá nele.
-Vocês são todos burgueses.
E o malandro já contava seu ultimo homicídio:
-É que eu enfiei o pau no cu da bicha, ela não morreu aí eu cortei toda
ela. Eu sou assim disse não… -Tem um lugar para você aqui sim,
certo.
-Vamos subir.
Chegando no quinto andar um cheiro ruim cortou o ar o malandro se curvou.
-É esse banheiro que ninguém lava, eu disse.
E fomos chegando perto do quarto. Bati na porta. Ninguém respondeu,
então foi só dar uma empurradinha que…
A porta abriu e um ar e putrefato cegou nossas narinas, era um fedor
desgraçado. Vi ums saquinhos de supermercado com comida dentro. O ladrão
falou assim:
-Vou falar a verdade, eu tô fudido, mal pago, pobre coitado, mas eu
prefiro o xilindró que esta choça.
E saiu gatinho.