Robert
Crumb nasceu na Filadélfia e desde cedo revelou-se um desenhista
nato. Começou editando a revista Foo, que
circulava de mão em mão e publicou desenhos no jornal
da escola. Mas foi na década de 60 que Crumb se firmou
nos quadrinhos underground com a revista Zap Comix,
que publicava os principais desenhistas da época.
Depois
da Zap Comix surgiram várias outras revistas de comix
- Snatch, Trashman, Big Ass, Despair, Help. Na Help,
de Harvey Kurtzman, Crumb publicou um de seus personagens mais
conhecidos - Fritz, the Cat. Um gato bêbado, mulherengo,
drogado e revolucionário. Fritz virou desenho animado de
longa metragem, com direção de Ralph Barkshi. Crumb
não gostou - "o filme é mal feito, trai
os personagens" - e desenhou uma história onde Fritz
é morto por uma avestruz com um picador de gelo.
Crumb
criou vários personagens inspirados nos loucos anos 60.
Mr. Natural - um velhinho de barbas, meio filósofo,
meio guru e muito sacana, Angelfood McSpade - uma negra
forte e liberada, Mr. Snoid, Frakey Foont, Witheman
- branco, anglo-saxão e reacionário, Bo Bo Bolinski,
Mode 0l'Day e outros.
O
traço de Crumb é livre, forte, sujo, caricatural.
Encontrou seu estilo depois das experiências com LSD em
1965. Seus personagens nunca têm caráter muito definido.
Sempre surpreendem. Em muitas histórias, o personagem é
o próprio Crumb. Sexo, orgias, drogas, bebidas, política,
a cultura underground dos anos 60. O estilo de Crumb - uma mistura
de LSD com influências de Krazy Kat (Herriman), Popeye (Segar),
Os Sobrinhos do Capitão (Dirks) e o Tio Patinhas (Barks).
Hoje Robert
Crumb quase não cria mais estórias. Tem participado
na ilustração de livros de autores consagrados,
como Charles Bukowski (o
capitão saiu para o almoço e os marinheros tomaram
conta do navio). Fez álbuns com músicas
de country, blues, e jazz do começo do século e
às vezes publica histórias de Mode Ol'Day na revista
Weirdo. Toca numa banda chamada Cheap Suit Serenaders. Ouve cajun
music e folk. Coleciona discos de 78 rotações de
pioneiros do blues e do jazz e músicas das décadas
de 20 e 30 do Caribe e do norte da África. "Não
ouço nada que não tenha sido gravado antes de 1940.
As mídias estragaram tudo", diz sempre.
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