Aos
pares
Cinqüenta
redondos pares de saciedade plena
sonhavam o meu sonho de bobo
de olhos olhando pra mim.
Sonhe
agora, dizia a pureza de Sade:
pares de bundas, mulheres redondas facilitadas.
Disposição de encomenda
do puteiro de primeira classe de joelhos.
Não
é mais não é menos
Sim, é muito mais que a gula.
Boca
Quente
A
boca fumegante
na cabeça o demônio de fogo,
no pescoço a medalha de sorte.
No
balde três gotas de amaciante,
localizam o tempo,
o restaurante e as três gotas de pimenta ,
sussuram os dentes, os peitos de azeitonas.
Desbotada
a fotografia inexistente.
Corpo laço sobre a cama desarrumada.
Uma má digestão e estas lembranças.
Um
sorriso de alívio
percorre lento
a gaveta do armário a procura de um anti-ácido.
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Olhar
de papel na mão
Mecanicamente
Vaca
de olhos ternos
Raciocinava qualquer desmesura e dizia NÃO.
Que
obscuro complexo desejante
se instalava nas feições da mulher vaca.
Ficou só esta imagem mundana
narrativa de romance
de novela
de conto.
Vênus
era assim?
Sem sem substância
Sem a figura de Eros?
Nem menina, nem Deusa, nem puta
Apenas complexo colante.
Meu
ego abundante se projeta
Novelesco, repetitivo
SLAP de orgasmo roubado.
Desejo
Agora
sim...
O cavalo sem graça desce do ar
balanceando a justiça com a cabeça,
três vezes contra a verdade.
3
2 3 desajeitado que é, pois é pégasus.
Trilha o som com casco
e se põe a voar galgando o ocaso
que nunca saberemos.
Estes
seres que não indicam o destino
são a cópula da liberalidade,
mas não sabem sorrir.
Transmutado
em homem, as vezes,
relincha dentuço
negando feito monge zen,
tudo menos sua própria beleza .
E
sonhando eu te vejo
passeando pelo fantasma do fogo
a minha espera na terra com doce salíva.
E
Eu que conheço os eqüinos
amanheço amargo .
Sei que no Ethos de seus pés,
nenhuma esperança vigia o que quero.
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