Nascido
em Barra Mansa/RJ, MARCOPOETA vem experimentando a poesia pelas
praças e bares a 16 anos. Tem três livros de poesia
publicados no esquema, Liberdade (1984), POETANUESCURO
(1991) e Imagen e semelhaça (1997). Mora em Visconde
de Maúa.
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Quando
estou a poetar fico a vagar
e não há um só lugar
Poetas não tem os pés no chão,
poetas são pássaros da imensidão
Puxo um trago
e subo pela fumaça do cigarro.
Das janelas da minha cabeça
vejo eu, saltitante lá na frente
olho para trás
vejo eu
na janela da janela de minha cabeça
não me surpreendem meus olhos vermelhos
é que tenho chorado muito
muito muito
às vezes fico bêbado e meu corpo pende
para o lado
Saio ralando as paredes
não te vejo pela frente
a cidade não é minha amiga
e meus passos nu escuro
você não entende.
O bar também é o meu lugar
eu também sou um bom lugar para quem quer
descansar
ando muito, cansado e fraco
só me tem pintado papel de rato
cadê? cadê?
cadê o homem que cresceu em mim?
Eu sou o fim
quero começar tudo de novo
voltar ao ovo
e ser um pássaro
Bom tamanho tem meu coração
eu sou um cão
danado, éter
namente apaixonado
tenho muito de Narciso, muito muito
e não irá me surpreender
se Deus um dia me transformar em flor
Eu
sou apenas um
poetanu
escuro do amor.
Contato:
Marcopoeta
Estrada Principal Maringá
Maromba s/n
Visconde de Mauá/RJ
marcopoeta@paginasub.cjb.net
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Crepúsculo
Não tenho mais aquelas pedras
acorrentadas em meus tornos
zelos.
Não tenho mais o peso,
a cruz.
Sou o X
do mapa,
nada
a mata.
Quem me mata não sabe viver,
Sou o sol que tece teus raios,
a tempestade
a noite
a tarde.
Tudo que ferve, arde.
Sou o dia.
Mas, na real
sou um tal
Homem no crepúsculo da poesia.
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