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City Lights Books & Uívo - O poema maldito de Ginsberg

Lançado no outono de 1956, o longo e profético Uivo de Ginsberg, foi apreendido pela polícia de San Francisco, sob a acusação de se tratar de uma obra obscena. Depois de um longo julgamento a obra foi finalmente liberada, o que foi uma vitória da liberdade de expressão. A seguir, um pouco da história de Uivo em texto de Claudio Willer, extraído da apresentação para a 2 edição Brasileira do livro (L&PM editores, 1999). Claudio Willer é poeta e traduziu vários textos beat

San Francisco e região, a Bay Area, eram na década de 50 um reduto de cultura alternativa. Atraiu místicos, excêntricos,integrantes de seitas e intelectuais inconformados, revistas literárias e grupos ligados às universidades.
Nesse ambiente, Ginsberg conheceu inicialmente Kenneth Rexroth; em seguida Robert Duncan, que coordenava oficinas literárias, e , no final de 1954, em uma leitura de poemas de W.H.Auden, a Michael McClure, por quem sentiu imediata simpatia por este também ser apreciador de Blake, antimilitarista, precursor da moderna consciência ambientalista.

corte da justiça
Corte de Justiça da cidade deSão Francisco, 1956

Em julho de 1955, depois de perder o emprego em pesquisa de mercado e inscrever-se na Universidade da Califórnia em Berkeley, Ginsberg foi morar nessa localidade vizinha a San Francisco. Lá em agosto,iniciou a escrita de Uivo. Em setembro, McClure pediu-lhe que organizasse um recital poético na galeria Six, pois, ele, McClure, não disporia de tempo. Por recomendação de Rexroth, procurou Gary Snyder, budista, a quem ainda não conhecia pessoalmente e com quem estabeleceu amizade duradoura. Agregou-se a eles Philip Whalen, também budista. Convocaram ainda Philip Lamantia, a quem Ginsberg já conhecia de Nova York.

ferlinghetti e bufano
Lawrence Ferlinghetti com Benny Bufano, escultor.

A sessão começou com Lamantia apresentando poemas de John Hoffman (amigo de Ginsberg, Solomon e Lamantia, que morreu de mononucleose, no México em 1950). Prosseguiu com McClure e seu poema de protesto contra o morticínio de baleias e, animado pelo vinho distribuido por Kerouac e por seus gritos,atingiu o climax com a leitura por um Ginsberg já embriagado, da primeira parte de Uivo, transmitindo imediatamente aos presentes a sensação de estarem diante de uma manifestação notável.

Murao, Ehrlich e Ferlinghetti
Shigeyoshi Murao (esq.), o então gerente da City City Lights, com Ehrlich e Lawrence Ferlinghetti.

O impacto provocado pela leitura converteu-os, especialmente a Ginsberg em celebridades locais. Reprisada em maior escala, no início de 1956, em um grande auditório em Berkeley, resultou em convites pra novas apresentações. Enquanto isso, Ginsberg ia terminando de escrever Uivo e preparava a edição do livro, cujos originais foram entregues a Ferlinghetti em abril de 1956.

espetadores
Espetadores na corte. Em jogo a liberdade de expressão

Texto de Claudio Willer, Autor da apresentação e tradutor de Uivo de allen Ginsberg, L&PM editores, 1999 

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Fotos: Cortesia da City Lights Books

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