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Kambene

Romeu e Maria Tereza Quebra-Pau

Naquela noite de janeiro eu estava no apartamento do meu chapa Romeu, jogando conversa fora enquanto atacávamos uma garrafa de vinho, uma fineza que ambos desempenhávamos com competência:
-Sabe - disse Romeu - aquela garota, a Maria Tereza, apareceu ontem...
-E?...
-Bem, sabe, não deu para comer ela, a vadia. Bebeu meu vinho e puta que o pariu, ela criou um escândalo...
-Sei.

Romeu acendeu um Lucky Strike e levantou as pernas e apoiou na cadeira à sua frente. Estávamos largados no sofá. Eu também joguei meus pés na cadeira em frente, bem sobre o tabuleiro que estava em cima e um punhado de peças foi beijar o chão. Plic, Pac, Tum. E Romeu disse:
-Olha só o que aconteceu comigo e com a vadia - expeliu uma nuvem de fumaça azulada - ela veio aqui e ficamos naquele papo furado de sempre. Mas desta vez fiz marcação cerrada. Fiquei o tempo todo olhando para as pernas dela, bem na cara mesmo, encarando.
-É isso aí...
-E ela sacando tudo. Daí matamos a garrafa de vinho e chamei outra...

Romeu se levantou e foi ao banheiro e deu uma mijada de porta aberta. Puxou a descarga. Saiu e continuou enquanto fechava o zipper das calças surradas:
-Virei o meu copo numa sentada e aí entrei no quarto, tirei as calças e as cuecas e a camiseta e amarrei uma toalha na cintura e saí. Eu disse “vou tomar um banho” e dei um beijnho bem na testa dela...
-Bem explícito.... – observei.
-Bem explícito – Romeu deu uma tragada no cigarro – Ela disse “tudo bem”, mas eu percebi que não estava tudo bem coisa nenhuma...Essa dona é uma vadia mesmo...
O telefone tocou. Romeu foi atender.

Emborquei o copo de vinho e me senti bem. Era o primeiro do dia e era significatrivo porque já eram 10 horas da noite e no geral eu comecava a encher a lata às 10 horas da manhã. Diária e cerimoniosamente. E naquele sábado eu tinha começado às 10 da noite e isso era uma boa notícia para o meu fígado. Tinha de acontecer algo diferente.
-Para você Kambene – disse Romeu – É o Armando.
Atendi. Armando morava comigo no outro prédio de apartamentos.”E aí negão, manda...” eu disse.
-É o seguinte kambene, onde é que você se meteu? Estou aqui com duas garotas e estamos tomando vinho e escutando um Zouk.
Armando era da África e era Disk Jockey especialista em Zouk. Bom gosto. Zouk é a música certa para o cara se esfregar nas garotas.
-E como é que elas são?, quer dizer, elas liberam e tudo? – perguntei.
-Elas não são frescas. – respondeu Armando – escuta, eu te procurei cara, tinha cinco mulheres aqui e eu na berlinda. Três já se mandaram...
-O que aumenta as nossas chances...
-Isso...sobe aí...
-Beleza – eu disse – em trinta minutos estou na área. Vou fechar um papo aqui com o Romeu.
-Vê se não demora, se não já era...elas são gostosas, bem gostosas mesmo e elas dão, tou sacando...
-Pode crer ...
-Você sabe, né Marco – disse Armando – nós somos os bambas da área.
-É isso aí, tou subindo aí.

Armando desligou. Ele gosta de falar que NÓS OS DOIS SOMOS OS BAMBAS DA ÁREA, OS MAIORES COMEDORES e nós nos divertimos com essa idéia. MAS FAZIA UM PUTA TEMPO QUE NÃO EU COMIA UMA GAROTA DECENTE! Pousei o fone no gancho.
-Carne nova no pedaço?
-Acho que sim – enchi outro copo de vinho – preciso me calibrar um pouco...
-Tenho umas doses fortes aí...
-Não, valeu, hoje vou pegar leve.Tenho me dado mal com as garotas por causa da bebedeira...acho que ameaço elas. E então, vai comer ou não a Maria Tereza?
Romeu estendeu de novo os pés sobre a cadeira.
-Bem, aí fui tomar o tal banho rápido certo?
-Certo – acendi um cigarro e também voltei a apoiar os pés sobre a o tabuleiro de xadrez. Peças caindo. Plec, plac, tum. Estávamos confortáveis, largadões no sofá.
-Entrei no chuveiro e fiquei lá por uns três minutos. Mexi no pau só pra deixar ele bem duro... - Romeu matou o copo de vinho e acendeu outro Lucky Strike – meu pau ficou duro que nem concreto. Me enxuguei rapidinho, amarrei a tolha na cintura e saí. Ela estava fumando e...
-Porra, aquela mulher fuma pra caralho! – eu disse e dei uma baforada no cigarro
-Pode crêr – continuou Romeu – saí do banheiro e ela estava fumando e meu pau bem reto debaixo da toalha. Cheguei perto dela, arranquei o cigarro dela, joguei no chão e fiquei parado na frente dela.

Romeu levantou-se e ficou parado em frente da cadeira onde estivera apoiando os pés:
-Fiquei parado assim ó, segurei a cabeça dela e fiquei brincado com aqueles cabelos dela...
-Cabelo bonito pra caralho!
-Cabelo de vadia, isso sim. Bem, daí soltei a toalha e meu pau pulou e estava lá, olhando pra ela. Puta meu, você devia ver aquilo! Ela tomou um susto. O bicho estava roxo, as veias saltando, duro que nem brasileiro...Eu disse: “Minha doce Maria Terezinha, me chupe, meu bem.”
-E ela? – o papo estava ficando excitante.
-Primeiro ficou meio perplexa, como quem não acredita no episódio e disse: “não brinca”. Mas eu não estava brincando. Ela disse: “não. Não vou chupar você. Tira essa coisa de perto de mim” Eu já gritando: “CHUPA MEU PAU PORRA!”. Ela disse que não que o caralho a quatro e então eu dei uma bolachada nela e falei: “você me fêz perder tempo gatinha e eu só tou querendo que você chupe o meu pau e você vai chupar”
-Pode crer, eu disse.O papo estava bem interessante.
-Então ela pegou o meu pau com as duas mãos e tentou quebra-lo. PORRA, A VACA PEGOU O MEU PAU COM AS DUAS MÃOS E TENTOU QUEBRAR ELE EM DOIS, CARA.”
-Que excitante tudo isso.
-Você acha excitante ela tentar quebrar meu pau em dois?
-Não, claro que não. Onde já se viu uma coisa dessas? Ela é uma vagabunda mesmo...e aí, o que é cê fêz?
-Ela queria quebrar o meu pau em dois e então eu me abaxei e mordí o nariz dela...
-Porra, meu, você mordeu o nariz dela?
-Ei, ‘cê queria que ela quebrasse meu pau?
-Claro que não! Aquela vadia...
-Então eu mordí o nariz dela. Quase arranquei aquela porcaria do nariz dela Mordi e tocí e empurrei ela para trás.Ela caiu de nuca. ‘Cê devia ver. Uma puta de uma vadia com o nariz sangrando. As pernas lá pro alto e aquela calcinha me olhando. Eu podia ter estuprado ela, mas eu não sou dessas coisas não...
-Mas ó meu chapa, se ela fosse dar queixa na Polícia você estava fodido. Obrigar uma garota a chupar pau é quase um estupro...
-Ah, meu, deixa disso – Romeu sentou-se e acendeu outro cigarro - aquela vadia?
-E daí, o que aconteceu?
-Ela lá caída de pernas para o alto e eu nu, meu pau frouxo e doendo pra burro, queimando, queimando. Levantei ela pelos cabelos e tasquei-lhe uma bela bolacha na cara. Daí peguei a toalha do chão e limpei aquela droga do nariz dela...
-Hum, Hum,- pigareei.
-Ela estava encurralada na parede, tadinha, sabe, ás vezes eu acho que exagerei, mas pó, também né, meu?...
Também o que? pensei. Eu estava mesmo de cara limpa naquele dia.
-E sabe o que disse depois?
-Não.
-Ela disse: “eu te amo.” – Romeu afundou-se no sofá com cara de “pode uma coisa dessas?”
-Ela disse eu te amo?
-É. Ela desabou e se ajoelhou como minha escrava e já tava chorando de verdade e dizendo que me amava e que queria que eu comesse ela naquela hora, com a aquela violência toda e tal. Papo de masoquista. Pode uma coisa dessa? – esse aí é o Romeu, bem agitado, bem animado, bem junk. – depois dela ter tentado quebrar o meu pau?
-Tudo bem, Romeu, você tá aumentando, não?
-Que nada! Depois de ter tentado quebrar o meu pau ela disse que me amava e que queria dar a bunda pra mim ali mesmo, aqui, ó – apontou para a mesa onde estava o garrafão de vinho. Pulou do sofá e foi catar o garrafão. Encheu os nossos capos até as bordas.
-E então você, logicamente, traçou a fera...
-Que nada!
-E porque não?
-Podia ser fria.
-Como assim? Ela tava lá de quatro, pedindo! – sorvi um generoso gole. Romeu fez o mesmo:
-Pensei no pior. Depois dela ter tentado quebrar o meu pau...
-O que pelo visto te deixou traumatizado...
-Isso. Depois dela ter tentado quebrar o meu pau, eu não confio mais na vadia. Ela poderia ter ido para a Polícia e ia ter corpo delito e essas merdas todas e eu tava é fodido, pousando de estuprador.
-É isso aí – eu disse e ergui meu copo para um brinde – ela é uma vadia mesmo!

E brindamos satisfeitos com a conclusão. Ambos havíamos tentado durante dois meses e ela nos deu um baile e mais nada. A vadia!

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contato:kambene@hotmail.com

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